Claudilei Simões de Sousa

Mara de Paula Giacomeli

Água sempre: com crise ou sem crise

Em meio a tantas indefinições que não nos aquietam em nosso país, as atitudes que tomamos são cada vez mais distantes de tudo que planejamos, por um desequilíbrio que paira no ar. Para essa próxima fase que passaremos, devemos buscar o conhecimento aliado às nossas experiências.

Aos moradores de São Paulo e muitas cidades do Nordeste, falar sobre a água parece repetitivo e redundante, porém será sempre necessário relembrar vários aprendizados. O poder público não fez sua lição de casa em função da crise política: não terminou ou está atrasada a grande maioria das obras de infra-estrutura. Já a natureza, esse ano, brindou o estado de São Paulo, pelo fenômeno do El Niño de forte intensidade (considerado desde 1997/1998), com temperaturas mais elevadas no verão, e as chuvas que atingiram seu máximo em dezembro de 2015 e que, embora enfraquecendo, conseguiram elevar os reservatórios hídricos em quase 60{0745c43c0e3353fa97069a60769ee4ddd8009579514cad9a011db48d81360048} da sua capacidade em São Paulo e, no Nordeste, em quase 35{0745c43c0e3353fa97069a60769ee4ddd8009579514cad9a011db48d81360048} após cinco anos de seca consecutiva. A partir de julho, quando entrará o fenômeno La Niña, a água do Oceano Pacífico Equatorial já deve estar bem mais fria e atingirá uma condição de neutralidade para o inverno de 2016. Esses fenômenos de interação entre oceano-atmosfera do aquecimento / resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical Central e do Leste e as mudanças de circulação atmosférica pelo gradiente de pressão entre o Pacífico Central e do Oeste, formam os denominados: La Niña e El Niño.

As secas e enchentes podem ter também outras causas além do El Niño e La Niña, contudo, com essa previsão dos meteorologistas teremos, infelizmente, menos chuvas e novamente precisaremos nos preocupar com os nossos reservatórios de água.

Aqui em São Paulo com o aumento de valores e o corte do bônus no pagamento do consumo de água, a partir do mês de maio, deixo a reflexão e uma revisão, como dever de casa: sua meta de redução de água está atualizada e checada e será que não é possível melhorá-la? Devemos pensar que ao retomarmos a nossa produção econômica, esse não poderá ser um bem natural que impactará nossos custos. Ao evitar desperdícios e ao otimizar o consumo da água, economizaremos recursos financeiros e naturais, que têm o valor da vida humana. Água já não é mais um bem facilmente renovável e só para conhecimento, a população da China, que possui a segunda maior economia mundial, vem pagando um elevado preço do boom econômico: ar poluído, terras contaminadas, áreas inabitáveis, desertificação e uma crise muito séria de água potável. Se aqui tomamos 01 litro de água por dia por pessoa, a média, para os chineses é de apenas 250 ml, ou seja, um quarto do consumo.

A crise pode voltar, mas se temos a cultura da prevenção, ela não será agravada, pois nós já sabemos gestão de riscos e pensamos no futuro com relação à despoluição das águas.

Silvia Regina Linberger dos Anjos, sócia gerente da Maqtinpel. Química, tecnóloga gráfica com especialização em gerenciamento ambiental, mestrada em tecnologia ambiental, membro da comissão de questões ambientais da NOS-27, colaboradora voluntária da comunidade EQA (equipe de qualidade ambiental) da Escola Theobaldo de Nigris.
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