Claudilei Simões de Sousa

Mara de Paula Giacomeli

A Saga de Fred Diamante – Fred na “Cova das Hienas” – Parte 05

É possível manter a calma na montanha russa do mundo corporativo?

Nosso personagem, Fred Diamante, provavelmente poderá responder com propriedade.

Queridos leitores, estamos de volta com mais um capítulo da Saga de Fred Diamante. Quem ainda não conhece a história do nosso herói poderá acompanhar nas edições anteriores do Jornal O Serigráfico, ou visitando nosso perfil no Instagram @edulevyvendas, e aproveitar essa deliciosa história e seus aprendizados

Frederico Diamante Texugo do Mel terminava seu dia cabisbaixo, sentindo a energia negativa que o escritório transmitia.

A sensação era que o clima denso poderia ser cortado com uma faca, de tão intenso.

Fred pegou sua pasta, se dirigiu até o elevador e nem olhou para trás. Na garagem, entrou no seu carro, ligou imediatamente o rádio e começou a girar o botão de sintonia, como se buscasse abrigo e conforto.

Enquanto buscava algo para ouvir, com o carro em movimento, seguia vagando em direção a sua casa. Algo estava errado, a felicidade do início ao trabalho estava literalmente ofuscada pela recepção nada calorosa.

No caminho os pensamentos voavam, enquanto dirigia por instinto os pensamentos e o coração de Fred buscavam concatenar ideias. Estava tão longe que não percebeu o caminho e nem o tempo que tinha demorado para chegar em casa.

Quantas vezes você leitor e você leitora, experimentaram esta situação de estar no automático?

Como em todas as noites, Fred tinha sua rotina de chegada, morando sozinho, tinha que preparar seu jantar, colocar a roupa para lavar, organizar seu apartamento e preparar a roupa para o dia seguinte.

Naquele dia, especificamente, o apetite havia sumido. Sua atenção estava voltada para tentar entender o quebra-cabeça que tinha se formado. Naquela noite o sono demorou a chegar e quando chegou também não foi dos melhores.

Na manhã seguinte, um pouco mais cedo, Fred já estava no escritório, e ao chegar encontrou Léia Garça, a CEO da empresa, com as malas prontas, Léia ficaria algumas semanas fora para atividades relacionadas ao trabalho.

Rapidamente Léia explicou a Fred que Sofia Sabiá ficaria em seu lugar. Sofia era chefe de Léia, responsável por todas as regionais daquele continente. Com 30 filiais espalhadas pelo mundo, a Stones Corporation era uma máquina cheia de engrenagens, escritórios estrategicamente distribuídos pelo mundo, para compor a complexidade do negócio.

A mudança momentânea não incomodava Fred, que já conhecia Sofia Sabiá das entrevistas do processo seletivo, havia causado uma ótima impressão, inclusive fazendo a entrevista em “sabianês”, para provar a sua fluência em outros idiomas.

A preocupação de Fred, naquele momento, era desarmar o campo minado pelo qual havia passado. Na noite anterior planejou uma boa conversa com cada membro da sua equipe, precisava conquistar a confiança e passar a credibilidade necessária.

Começou com Alceu Gato, Fred preparou uma conversa muito amistosa, elaborou uma estratégia para deixar Gato a vontade para se abrir, após uma longa conversa entendeu que a mágoa de Alceu Gato era porque tinha grandes expectativas de assumir a equipe e não esperava que contratassem alguém para isso.

Fred foi muito empático, se solidarizou totalmente com Alceu e com muita sinceridade e clareza mostrou que não tinha culpa pelo acontecido, e que mediante a decisão da Stones, ele Fred, se empenharia de corpo e alma para promover Alceu e proporcionar a ele um bom plano de carreira, oportunidades de estudo e boa remuneração. Isto foi suficiente para que a primeira reunião do dia significasse um golaço, Fred tinha agora ao seu lado um reforço de peso, por ser um dos mais antigos, Alceu agora funcionaria como um catalisador a favor dele.

Confiante, Fred partiu para a segunda reunião convidando Márcia Morsa para conversar. Utilizando a mesma estratégia que havia dado certo, o nosso amigo Texugo apostou que faria outro golaço.

Porém, como as pessoas não são iguais, Márcia Morsa reagiu de forma muito diferente, turrona e mantendo a face sisuda, a Morsa pouco se abriu, Fred teve a impressão de estar conversando com uma esfinge, que não expressava nenhuma opinião, tão pouco transpassava qualquer emoção.

E depois de uma cansativa reunião, nosso amigo Diamante terminou com a sensação de que Márcia Morsa seria um desafio a resolver.

As conversas com Paulo Panda e Décio Pavão foram tranquilas. Jovens e sem muito contágio com o clima do escritório, ambos foram muito solícitos com as demandas do novo chefe e reagiram positivamente, deixando Fred mais confortável.

Ao término do dia Fred já tinha uma imagem construída e tinha também seu plano de treinamento preparado para levar a sua equipe para o caminho

da alta performance que ele imaginava e para compartilhar todo o aprendizado que havia absorvido em seu período na matriz, em Londinópolis.

Os demais diretores começavam a demonstrar um certo desconforto com a energia e vitalidade de Fred e toda a sua iniciativa de fazer as coisas acontecerem. Seria ciúme? Ou um contraponto muito forte com o estilo de liderança que eles utilizavam como padrão. Afinal, Fred estava agindo fora da curva.

Mas Fred Diamante não se deixou abater, seguiu seus instintos de Texugo do Mel, aquele que não tem medo do medo, organizou o novo formato do seu departamento, deixou tudo mais fluido e com um ambiente mais leve e integrado, organizou as mesas de forma interativa, deixou os armários mais posicionados e trouxe um clima mais agradável ao departamento.

Por conta do excesso de serviço, Fred não tinha tido tempo de organizar seus e-mails e o seu fluxo de trabalho, resolveu então estender seu turno e trabalhar até mais tarde, já que era um hábito do escritório, muita gente trabalhando naquele horário onde os telefones não tocavam, o barulho diminuía e permitia uma melhor concentração.

Como Fred não tinha ninguém esperando por ele em casa, lhe permitia ficar trabalhando sem nenhuma preocupação, já que a única coisa que o esperava era a roupa para passar e a casa para arrumar. A vida solitária tinha duas vantagens. Nada melhor para tapar o buraco da solidão do que muito trabalho e outras coisas para pensar. Fred era mais um executivo solitário que descontava no trabalho a sua carência afetiva.

O inocente Texugo, sem perceber o que estava acontecendo, viu Sabrina Hiena colocar sua cadeira ao lado da sua mesa e começar a puxar papo descontraído. Sem malícia, motivado pelo seu bom coração desprovido de filtros, engatou na conversa de Sabrina, que disparou um questionário disfarçado, como se quisesse montar um histórico do novato Diamante.

E o Texugo, embalado pela vontade de ser simpático e causar boas impressões, disparou a contar sua vida, falar de assuntos particulares, sem perceber que estava sendo presa fácil.

O chefe das Hienas, Rapino Raposa, ardiloso, ladino e mal-intencionado, tinha orientado Sabrina Hiena a colher tudo o que pudesse, pois a ideia era usar a informação contra Fred Diamante. O Texugo não percebeu nada, falou abertamente de sua vida, o quanto pôde, terminou o trabalho, encerrou a conversa achando que tinha sido um ótimo papo e foi embora para casa com a sensação de que tudo estava bem.

Ao chegar no escritório no outro dia, mal sabia o que lhe esperava, o circo estava armado, Rapino Raposa tinha preparado a armadilha, pegou a conversa de Fred com Sabrina, distorceu o máximo que pode todas as informações e levou a bomba para Sofía Sabiá, que estava ocupando a chefia naquelas semanas.

Fred nem bem pisou no escritório e já foi chamado para a sala de Sofia, que o recebeu com semblante fechado e olhar sisudo.

— Fred, por que você está desrespeitando nossas mulheres? Que tipo de pensamento ou respeito você tem por nós, mulheres?

As perguntas pegaram Fred em absoluta surpresa. Ele não tinha a menor ideia do que estava acontecendo.

Observando de longe, pelos vidros da sala, Rapino Raposa se deliciava com a cena, estava em êxtase com o sucesso do que havia arquitetado. Ele juntou as conversas de Márcia Morsa e as informações de Sabrina Hiena, para construir uma distorcida imagem do nosso Texugo, literalmente deixando Fred em uma tremenda saia-justa.

Como poderia ele, recém-chegado, provar que tudo aquilo era um plano e uma belíssima fofoca arquitetada pelo seu agora inimigo, Rapino Raposa.

E a nossa cena se fecha para as nossas reflexões.

LIÇÕES CORPORATIVAS

  1. Cuidado em quem você confia não só no seu ambiente de trabalho. Não é porque alguém parece simpático que deseja seu bem.
  2. Empatia e comunicação são ferramentas poderosas na liderança. Mas nem sempre todos estarão dispostos ao diálogo.
  3. Destaque excessivo pode gerar resistência. Quando você se movimenta fora do padrão, espere reações adversas.
  4. Jogos de poder são inevitáveis. Saber navegar nessas tramas exige estratégia e inteligência emocional.
  5. Sempre tenha um plano B. Nem sempre a verdade basta para se defender.

E agora? O que Fred Diamante fará para sair dessa enrascada?

A resposta, queridos leitores, estará nos próximos capítulos.

Eduardo Levy Cotes, Consultor de Empresas – Admi- nistrador – Coaching
Especialista em Marketing – Vendas – Treinamentos – Palestrante
Instagram @edulevyvendas
E-mail : atendimento@mgdmarketing.com.br

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