– Fred, por que você está desrespeitando nossas mulheres? Que tipo de pensamento ou respeito você tem por nós, mulheres?
A pergunta de Sófia Sabiá penetrou o coração de Fred como uma adaga envenenada. Um veneno que paralisou emoções e pensamentos. Como dizia um ditado antigo: “Fred gelou na alma”.
Queridos leitores, como nosso protagonista vai sair dessa é a grande pergunta que deve estar em sua cabeça neste momento. E é um grande prazer tê-lo aqui novamente. Estamos de volta com mais um capítulo da Saga de Fred Diamante. Quem ainda não conhece a história do nosso herói pode acompanhar as edições anteriores no Jornal O Serigráfico ou visitando nosso perfil no Instagram @edulevyvendas e aproveitar essa deliciosa história e seus aprendizados.
Frederico Diamante Texugo do Mel estava literalmente na cova das hienas. Havia caído em uma grande armadilha, onde sua sagacidade foi superada por sua inocência. Pagaria um preço alto por querer ser um “boa praça”, um boca-aberta, como diríamos. Falou demais, falou o que devia e o que não devia e agora estava em palpos de aranha. Literalmente em uma fornalha, pronto para ser sacrificado e queimado vivo. Fred sentiu o chão se abrir.
Rapino Raposo se deliciava olhando pelos vidros da sala de Sófia Sabiá. Junto com Abelardo Abutre e Denise Jibóia, celebravam a conclusão do plano mirabolante e já viam Fred sendo assado, como se estivesse em uma máquina de assar frangos.
Pela cabeça de Fred passava um filme: mal tinha se livrado daquela fase horrível de desemprego, da busca incessante por um novo trabalho, das contas amontoadas para pagar, do desânimo, das incertezas. Aquele filme macabro já tinha enredo pronto. Nosso amigo Texugo do Mel já se via na rua da amargura novamente.
Um silêncio de 30 ou 40 segundos que mais pareciam uma vida inteira. Neste momento, o Texugo criou forças, recuperou-se do nocaute e resolveu abrir a boca:
— Me desculpe, Sófia, mas estou atônito. Qual é o fundamento desta pergunta?
Esse era o gancho que Fred Diamante precisava para respirar e colocar o cérebro para raciocinar. Imediatamente, Fred lembrou de seu amigo Beto Falcão. Fred e Beto eram como irmãos, e Fred lembrou que Beto passou por poucas e boas nas mãos do
Buldogão. Beto sempre dizia para Fred:
— Amigo, pense positivo! Você gasta a mesma energia para pensar negativamente ou positivamente, então… gaste sua energia pensando positivo.
Fred quase sentiu Beto Falcão sussurrando no ouvido naquele momento. Enquanto isso, Sófia Sabiá, com sua vasta experiência, fazia uma leitura profunda das reações de Fred. Em meio à sua análise, respondeu de pronto:
— Chegaram até mim informações de que você foi grosseiro, que entre conversas desrespeitou e assediou algumas de nossas colaboradoras. —respondeu Sófia, naquela altura já entendendo que havia algo errado naquela conversa.
Foi então que Fred deixou rolar algumas pequenas lágrimas de seus olhos. Mesmo fazendo muita força para se controlar, escapou-lhe, pelo rosto, a dor imensa que sentia dentro de si pela injustiça que lhe havia sido atribuída. Fred não chorou, transbordou sua tristeza, sua mágoa e aflição.Sabe aquela lágrima que rola pelo rosto com o peso da dor? Pois bem, eram essas lágrimas.
Junto a elas, Fred apelou novamente para o Deus dos Texugos, pedindo que intercedesse por ele de forma milagrosa mais uma vez. Ele não podia perder aquele trabalho. Não poderia voltar para o perrengue que viveu nos últimos meses.
Foi então que a sábia Sófia Sabiá entendeu que havia sido envolvida em um jogo de vaidades, fruto de uma acusação infundada contra Fred, a de que ele teria agido de forma desleal com colegas de trabalho. Sófia olhou profundamente para os olhos de Fred e disse, em tom calmo:
— Fred, vou confiar em você. Espero que você honre minha confiança e que meus instintos não estejam errados, porque se eu estiver errada, minha fúria será muito grande.
O mais interessante daquele momento foi que Fred não precisou se defender ou apresentar qualquer justificativa. A pureza dos olhos, a transparência da alma, a lembrança da frase do amigo Beto e, obviamente, a intervenção divina do Deus dos Texugos tiravam Fred Diamante de mais um apuro.
A trinca do mal começou a disfarçar. Abelardo Abutre e Denise Jibóia voltaram para suas mesas, esfregando as mãos. Rapino Raposo, sentado, observava o desfecho de sua obra, obviamente esperando pela saída desanimada de Fred, imaginando que ele iria até sua mesa, recolheria suas coisas e sairia de cabeça baixa.
Mas, estranhamente recomposto, Fred estufa o peito, abre os olhos e caminha em direção ao seu departamento como se nada tivesse acontecido. Mal sabiam os seus algozes que ele caminhava nos estertores das suas forças, mas sempre lembrando: pensar
positivo, pensar positivo, pensar positivo… Recuperando o raciocínio, Fred saiu da
sala de Sófia com o radar ligado. Desta vez, varreu o escritório com os olhos e entendeu o que estava acontecendo. Os olhares culpados se entregavam. Rapino não sabia onde pôr as mãos. Desconcertado, só faltou subir na mesa e gritar:
— Fui eu! Eu tramei tudo!
Sabrina Hiena quase se escondeu dentro da lata de lixo. Pegou sua bolsa e correu para o banheiro. Abelardo Abutre fingiu que estava ao telefone e Denise Jibóia ficou com cara de tacho.
Tudo isso porque o Texugo voltou para seu departamento, sentou-se no lugar e começou a trabalhar normalmente. A rádio peão já começava a funcionar, anunciando aos quatro cantos que o plano falhara. Até porque uma das víboras do ardiloso plano era Márcia Morsa, integrante da equipe de Fred, que por pura birra havia aderido ao plano de Rapino Raposo, só porque Fred se propôs a ajudar Alceu Gato a ser promovido e não demonstrou a mesma intenção com ela.
Esqueceu-se que havia sido fria, resistente e pouco amistosa na conversa com Fred. Não estava disposta a cumprir com o ônus, mas queria o bônus, como a maioria das pessoas que não querem pagar o preço da jornada.
Fred terminou seu dia calmamente, sem dirigir uma única palavra que não fosse estritamente sobre demandas de trabalho. Desligou seu computador, pegou sua pasta e foi para os elevadores. Naquele momento, as hienas quase pularam pelas janelas de raiva. Rapino Raposo fumegava pelas ventas, tentando entender onde havia falhado. Havia construído uma narrativa perfeita, tinha testemunhos falsos, então o que aconteceu?
De forma dissimulada, entrou na sala de Sófia, como se quisesse perguntar algo sobre trabalho. Com projetos nas mãos, aproveitou para sondar Sófia sobre a conversa com Fred. Imediatamente, Sófia, com seu olhar cirúrgico, respondeu com firmeza:
— Rapino, você deveria se preocupar mais com seu departamento e com seus resultados. Deixe a gestão do escritório por minha conta. E, quando Léia voltar, terei uma conversa com ela para deixar esta história às claras. Você trabalha na Stones Corporation há alguns anos. Não estou entendendo essa sua sanha contra o Frederico. Então, vamos deixar algumas coisas claras: não quero ouvir mais histórias vazias e complôs de jardim de infância porque alguém não dividiu um pedaço do lanche com você. Quero foco no trabalho. Temos muito o que fazer por aqui.
O sermão pegou Rapino Raposo em cheio. Enfiou o rabo entre as pernas, a viola no saco, e saiu da sala com cara de poucos
amigos. Por dentro, trincava de ódio. Sua mente maquiavélica já começava a planejar sua vingança.
Imediatamente, chamou Denise Jibóia e Abelardo Abutre e combinaram de se encontrar fora do escritório. Não podiam conversar ali, daria muito na cara. O encontro estava marcado.
E nossa cena se fecha com o Trio Calafrio se reunindo para tramar um novo plano. O que virá dessas mentes diabólicas? Até onde a inveja e o ciúme devem interferir e contribuir para a insensatez dos pensamentos? Será que existem mesmo gestores que ajam desta forma, ou estamos aqui literalmente viajando na maionese em nossa fábula?
Essa e outras perguntas eu deixo para você, querida leitora, querido leitor. Vamos aguardar o desenrolar do próximo capítulo das nossas Fábulas do Mundo Corporativo.
Lições e Reflexões para o Mundo dos Negócios
- A Justiça Nem Sempre é Rápida, Mas a Verdade Sempre Aparece
Fred venceu não por argumentos, mas por presença, postura e coerência. Às vezes, a defesa mais forte é o caráter vivido no dia a dia.
- Ambientes Tóxicos Geram Armadilhas, Não Soluções
Empresas onde a inveja e os jogos de poder imperam acabam matando talentos, minando a produtividade e destruindo a cultura organizacional.
- A Força Interior é o Diferencial do Profissional de Alta Performance
Mesmo sob intensa pressão, Fred escolhe a dignidade, a calma e o pensamento positivo. Isso é inteligência emocional aplicada na prática.
- Gestores Verdadeiros Sabem Ler a Alma Antes de Julgar os Fatos
Sófia Sabiá representa o líder que vai além dos boatos e observa o ser humano antes de tomar uma decisão. Isso é liderança madura.
- A Lealdade e os Bons Relacionamentos São Redes de Proteção Invisíveis
A memória das palavras de Beto Falcão sustentou Fred. Ter boas amizades no ambiente de trabalho pode ser uma chave silenciosa de proteção.
- Fábulas que Não São Tão Fábulas Assim
Embora pareçam caricatas, situações como essa acontecem todos os dias no mundo corporativo, com nomes, cargos e sobrenomes diferentes.
Eduardo Levy Cotes, Consultor de Empresas Administrador Coaching
Especialista em Marketing Vendas Treinamentos Palestrante
Instagram @edulevyvendas
E-mail : atendimento@mgdmarketing.com.br
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