Claudilei Simões de Sousa

Mara de Paula Giacomeli

A serigrafia como suporte para crianças com transtorno do espectro autista.

Um estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde concluiu que o envolvimento com a arte pode ser benéfico para a saúde física e mental de qualquer indivíduo durante toda a vida.

Seguindo este conceito, outro estudo realizado por alunos graduandos de Pedagogia da Universidade Estadual do Maranhão concluiu que o ensino da arte auxilia crianças com transtorno do espectro autista (TEA) a se desenvolverem, visto que a socialização é uma das dificuldades enfrentadas por eles.

Durante a pesquisa, os graduandos puderam notar que a arte empregada no ensino dos alunos com TEA favoreceu a interação e a comunicação, melhorando o convívio social, familiar e escolar.

Em 2018, uma mãe de uma criança com TEA, com a finalidade de oferecer um tipo de arte ao seu filho, conseguiu que um empresário de Guarulhos, do ramo de serigrafia, concordasse em ensinar e ceder as suas instalações aos sábados de manhã para ensinar alguns adolescentes com o distúrbio.

Desta forma surgiu o projeto Silk Screen, do Aucatea (Auxiliadores de Crianças, Adolescentes e Adultos com TEA).

Um ano depois, Rafael Vieira Souza Gomes, profissional do Projeto de Integração Pró-Autista (PIPA) também ingressou no projeto Silk Screen, visando posteriormente levar esse modelo de oficina para o PIPA.

“Antes da pandemia do COVID-19 eu participei de um projeto de estampar camisetas com três adolescentes aqui da instituição e conseguimos obter bastante evolução. Através dessa experiência eu pesquisei outras odalidades para incluir em um projeto futuro aqui na instituição, e achei a tampografia.

Dividimos em três fases, iniciando pela serigrafia, uma área que eu tenho mais conhecimento e experiência. A tampografia será a próxima modalidade”, conta Rafael.

Durante a pandemia, o projeto foi obrigado a paralisar suas atividades, retornando em 2022 estampando camisetas para a caminhada em comemoração ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo (2 de abril).

Nesse mesmo ano, o Aucatea iniciou um novo projeto chamado Mão na Massa, cujo objetivo era fazer pizzas com a participação das crianças autistas, incluindo-as em eventos como o Festival do Japão e o Templo Budista.

Os resultados desse novo projeto foram bastante positivos, permitindo financiar os equipamentos para o projeto Silk Screen.

No início de 2023, o PIPA fez um reunião com a diretoria do Aucatea, definindo que o Aucatea iria fornecer os equipamentos e insumos e o PIPA disponibilizaria o espaço, os terapeutas e o conhecimento para iniciar o projeto profissionalizante para os adolescentes, inclusive aos maiores de 18 anos, afetados pela carência do atendimento da rede pública aos portadores do TEA.

Após essa reunião, o Aucatea se mobilizou, fazendo eventos dentro e fora do PIPA, realizando bazares e vendendo rifas para conseguir os recursos para comprar os equipamentos, o que ocorreu no final de julho de 2023.

Em agosto o fornecedor do Silk Screen finalizou a montagem da linha, ficando pendentes apenas as instalações elétricas, e finalmente em outubro o equipamento foi disponibilizado para a utilização.

“Atualmente, estamos aguardando a administração do PIPA iniciar o treinamento dos terapeutas para podermos orientar as crianças em cada etapa do processo de impressão de camisetas. Em paralelo, conseguimos uma parceria junto à empresa Colordex, a qual forneceu gratuitamente todas as tintas, além de disponibilizar todas as suas instalações e profissionais para nos dar treinamento”, conta Eduardo Gimenez, presidente do Aucatea.

O próximo passo do projeto será capacitar os terapeutas e treinar os adolescentes para iniciar a produção junto a empresas parceiras, inclusive com a participação daqueles que já saíram do PIPA após completarem 18 anos.

“É por exemplo o caso do meu filho Felipe, que se formou em 2022 e aguarda ansiosamente para iniciar nesse projeto. Quando ele fez 18 anos, acabou o convênio do PIPA com o SUS, e consequentemente a responsabilidade social do governo brasileiro, que disponibiliza atendimento apenas até esta idade. Esse projeto visa preencher essa lacuna, pois o autismo não tem cura e entendemos que o tratamento deve ir além da infância e devemos pensar na vida adulta e na velhice, pois o número de autistas cresce a cada dia a nível mundial. Se não pensarmos em políticas públicas teremos (e temos) um grande problema social com a atual invisibilidade do autismo adulto”, comenta Eduardo.

O Aucatea custeia seus projetos de forma planejada, de modo que cada projeto colabora para financiar projetos futuros.

“Nos reunimos uma vez por mês para alinharmos a nossa estratégia e focarmos naquelas que geram maiores retornos. Entendemos que cada projeto, após implantado, pode financiar projetos futuros, como por exemplo o projeto Mão na Massa, que financiou o projeto Silk Screen”, finaliza Eduardo.

Desta forma, concluímos que a arte, em especial a serigrafia, auxilia crianças com TEA na inclusão social e no desenvolvimento da aprendizagem.

 

Agradecimentos:

Rafael Vieira Souza Gomes – Coordenador do PIPA

Eduardo Gimenez – Presidente do Aucatea

Fonte: https://enkyo.org.br/assistencia-em-saude/projeto-de-integracao-pro-autista-pipa/

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