Mais uma reflexão proposta nessa coluna para as pessoas e empresários vislumbrarem oportunidades de negócios para a nova economia do mundo: a economia de baixo carbono.
Uma notícia anunciada pelo CEO da montadora de carro sueca Volvo, Hákan Samuelsson, a qual a empresa passará a produzir a partir de 2019 somente carros com motores elétricos ou híbridos, mais limpo e sustentável, iniciando uma nova forma de produção de carros, um século após ele ter sido inventado. Essa nova produção com certeza impactará toda uma cadeia de fornecedores. As empresas têm que se preparar para isso. Em algum momento, as empresas entrarão nesse ciclo e para isso, alguns requisitos deverão ser preenchidos, movimentando a roda da nova cadeia econômica.
A França, até 2022, pretende ter mil quilômetros de estradas solares que geram energia renovável. O projeto “Whatway” é, na França, para as rodovias que gerarão energia por meio de pavimentos solares equipados com placas de vidro, onde os raios solares recebem energia do sol que, por meio de sistemas fotovoltaicos, como um tapete aplicado sobre as estradas, geram energia limpa, o mesmo princípio dos tetos solares, só que em maior extensão. Com apenas vinte metros quadrados é possível gerar energia suficiente para abastecer uma casa.
Já na Holanda, com suas 18 milhões de bicicletas e quase 35 mil quilômetros de ciclovias, pretende-se nelas implementar essas soluções de placas de energia solar em suas pavimentações, tornando eficiente essa ciclovia solar. Agora em novembro, 70m dessa ciclovia com células de silício e coberta por uma camada de vidro temperado será inaugurada e proverá energia para cerca de três famílias.
Também nas roupas, essa mudança já está em fase final de aprovação: uma coleção de roupas, chamada de “Wearable”, criada por um especialista em energia solar e uma estilista, na Holanda, permitiu recarregar baterias de celulares a partir da energia absorvida pelo sol. Vestidos e casacos feitos de lã, couro e células fotovoltaicas permitem recarregar metade da bateria dos smartphones, por exemplo.
Aqui, no Brasil existe, junto aos bancos, uma linha de financiamento para projetos “verdes” que visam a sustentabilidade com o desenvolvimento de ações para melhoria de eficiência energética, recursos hídricos, energia renovável.
Empresas atuantes no mercado brasileiro podem financiar ou refinanciar, com a emissão de Títulos Verdes/Green Bonds, um único ou um conjunto de Projetos Verdes identificados e/ou específicos. As corporações também podem optar pela emissão de Títulos Verdes/Green Bonds para financiar um programa de investimentos verdes, sem que os respectivos projetos sejam especificados no momento da emissão. Nestes casos, o emissor indicaria apenas a qual categoria de projetos os recursos seriam destinados (ex. eficiência energética, geração de energia renovável, tratamento de efluentes, etc.), deixando o detalhamento para ser feito posteriormente. Nesse primeiro semestre de 2017, o número de emissões desses Títulos Verdes dobrou aqui no Brasil e foram movimentados R$ 1,8 bilhão, sendo que o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) emitiu R$ 1 bilhão para projetos em energia eólica e solar. A BRF (Sadia), a CPFL Renováveis, a Fibria e a Suzano Papel e Celulose são empresas que já emitiram esses tais Títulos Verdes.
Temos que repensar a nossa forma de energia em casa, na empresa, na produção, pois o futuro já está acontecendo agora e que ele não nos impeça de estar presentes nessa mudança.
Créditos: Reprodução/Wattway
As estradas vão receber diretamente a energia do sol