Claudilei Simões de Sousa

Mara de Paula Giacomeli

O PATO LUQUÉRCIO – Segunda Parte

Estimada leitora e estimado leitor, se você não leu a primeira parte, publicada na edição de Novembro, recomendo fortemente.

A cena desta vez se abre com Luquércio deixando as instalações da “Granja Ovacionadas”, cabisbaixo, carregando o peso do mundo em suas costas. Apesar de ter sido muito bem acolhido pelo amigo Galindo e agora ter um Norte, suas passadas eram de desânimo, caminhava trôpego sem uma direção definida.

Uma ligação para sua empresa para constatar o óbvio, de que tudo estava como antes, a decisão de que não voltaria para o escritório, precisava lidar com tudo aquilo que pairava em sua mente.

Decidiu caminhar em direção a cafeteria, quem sabe um bom café o animaria e poderia folhear um pouco mais os livros e talvez ter alguma nova contribuição ou “insight” que o fizesse avançar. Seria ótimo, afinal tinha dado certo da primeira vez.

Neste trajeto o caminho era mais longo, voltar a pé o faria passar pelo centro do belo parque da cidade. Concluiu que a caminhada faria bem, ver um pouco de natureza, respirar um ar puro ajudaria a oxigenar as ideias.

De longe avistou um banco que ficava de frente para o belo lago, seria um ótimo lugar para refletir um pouco. Porém o banco já estava ocupado por uma figura enorme e imponente. Enquanto caminhava em direção ao banco pensou consigo mesmo: “Tudo bem, posso dividir o banco, afinal só quero pensar um pouco contemplando a bela vista”.

Ao aproximar-se, Luquércio fez uma leitura detalhada daquele que seria seu companheiro de banco. Juba muito bem cortada, barba delineada, um terno de alfaiataria muito bem cortado, lã fria, provavelmente um Super 180. Camisa social impecável, gravata, um relógio clássico impressionante no pulso, sapatos sociais que brilhavam tanto que refletiam as luzes do dia, e um perfume marcante, literalmente o cheiro do sucesso.

O que faria ali aquela figura intrigante e que retratava o sucesso em pessoa?

– Boa tarde, posso me sentar ao seu lado? – disparou Luquércio, já com um nível de curiosidade aguçado, afinal aquela era uma figura antagônica à sua situação atual, de quem caminhava com o peso da derrota em suas costas.

E com um rugido curto, porém amigável, a figura intrigante respondeu:

– Claro meu amigo, fique à vontade. Seja meu convidado para este momento de contemplação.

– Muito prazer, eu sou Luquércio e o senhor?

– O prazer é todo meu, mas não me chame de senhor, meu nome é Lion Nelson, mas me chame de Léo.

Lúquercio quase entrou em choque e começou a gaguejar.

– O senhor, ou melhor, você é Lion Nelson das Organizações “Lion of The King”? Gigante de Empreendimentos Imobiliários, financeiros e outras coisas mais que eu nem sei?

– Sim, eu mesmo, mas por favor, fique a vontade e desfrute deste momento – respondeu o novo amigo Léo.

– Bem, será muito difícil me manter sentado ao seu lado sabendo de tudo o que o senhor, ou melhor, você representa e eu carregando um peso enorme.

– Luquércio, nada na vida é por acaso, se você se sentou aqui é porque tínhamos que nos conectar e eu diria que esta foi uma das lições que mudou a minha vida, por isso hoje vivo sempre muito atento às novas conexões, elas sempre geram coisas boas. Mas me conte, meu novo amigo, o que tanto você carrega em seus ombros e o que está sufocando sua respiração?

– Bem, já que você foi tão generoso e me deixou à vontade, vou abrir meu coração.

E, após explicar de uma maneira detalhada sua situação, contar sobre o encontro que acabara de ter com o amigo Galindo, Luquércio termina sua fala mostrando o folheto dos Corujas.

Léo respirou fundo, olhar sereno lançado ao longo do lago, alguns segundos de silêncio que para Luquércio seriam uma eternidade. Luquércio já pensava consigo mesmo que provavelmente tinha aborrecido o seu ouvinte, afinal de contas era um executivo bem sucedido, não estava ali para ouvir histórias de fracasso e relatos de decisões ruins e resultados pífios.

– O senhor me desculpe, senhor Léo, não queria chateá-lo – balbuciou Luquércio.

– Metanoia! – respondeu Léo.

– O quê? Meta o quê? Será que é algum chingamento novo, algo chique que só os executivos bem sucedidos conhecem?

– Metanoia! – reafirmou Léo – Sabe porque eu venho aqui pelo menos uma vez por semana? – perguntou, sabendo que Luquércio jamais acertaria a resposta, mesmo que tentasse – Para lembrar de onde eu vim e para onde nunca mais eu quero voltar. Fique tranquilo, meu amigo Luquércio, você não está me chateando, só me fez rebobinar o filme para lhe contar minha história e quem sabe contribuir com a sua.

Naquele momento, Luquércio mais do que paralisado, já se ajeitava no banco para ouvir detalhe por detalhe, afinal a fala prometia.

– Há alguns anos eu era um jovem aventureiro, literalmente um predador, vivia a minha vida de forma automática, acordava pela manhã cansado das noitadas, ia para o trabalho, fazia aquilo que eu achava que era bom, trabalhava para ganhar o meu salário e pronto. Saia do trabalho, me reunia com os colegas, que eu considerava meus grandes amigos e saímos para as baladas. Naquela época eu abandonei os estudos, pois não dava para estudar e sair com os amigos ao mesmo tempo. Baladas, festas, bares e casas de jogos eram meus lugares preferidos. Bebidas, cigarros, algumas drogas um pouco mais pesadas, não recusávamos nada. E meus “Amigos”, literalmente entre aspas, estavam sempre me apoiando.
Meus pais cansaram de me aconselhar, mas eu não dava ouvidos, velhos ultrapassados, não entendiam nada da nova vida.
Um dia cheguei em casa de madrugada e encontrei minha mãe chorando, meu pai havia falecido. Recebi a notícia como um choque. Faltei uns dois dias no trabalho, e como eu não era um bom funcionário meu chefe nem quis ouvir minhas explicações e me demitiu.
Agora sem trabalho, sem dinheiro, porque fazia vales no salário, não tive nem indenização para receber, fui procurar meus amigos e foi então que eu descobri que não tinha Amigos, tinha um bando de aproveitadores que se beneficiavam daquilo que eu pagava.
Foi aqui que eu conheci a Metanoia.

Luquércio, que a esta altura estava petrificado perguntou:
– Metanoia é uma pessoa?

– Não, meu Amigo, Metanoia é um processo. Vou explicar, meu ansioso e confuso amigo, naquele período da minha vida, assim como você, me sentei neste banco e alguém que estava sentado aqui teve compaixão de mim, me ofereceu um emprego e passou a mentorar a minha vida.

– Já sei – respondeu Luquércio -, já li sobre seus agradecimentos e palavras de honra para ele, o senhor Napoleão King.

– Sim, ele mesmo, homem muito generoso, inteligente, sábio e com excelente tino para os negócios. Literalmente me adotou como seu discípulo, porém estipulando regras duríssimas. Se eu quisesse vencer na vida teria que implementar a Metanoia na minha vida – completou Léo.

– Por favor, não me torture mais, o que é isso que você tanto fala, a tal da Metanoia? – implorou Luquércio.

– Metanoia é mudança de mentalidade!
Lugares certos, Pessoas certas, Conhecimentos certos. Esta é a chave para uma mudança de vida. O senhor Napoleão não me ofereceu moleza, fui trabalhar como seu funcionário, ocupando um cargo no escritório, onde eu ajudava todos e fazia tudo. Do café que eu buscava às caixas que eu carregava. No final do dia ele me chamava no seu escritório e passava umas duas horas conversando, me avaliando e me ensinando. Foram horas muito produtivas, de grande aprendizado e de muito amor comigo.
Mudei totalmente as minhas amizades, me desliguei totalmente das pessoas e dos lugares que eu frequentava. Voltei para os estudos. Fiz novos amigos, pessoas realmente sinceras, de bom coração, que não estavam interessadas no material, mas sim pessoas que estavam interessadas em agregar valor a minha vida e a me ajudar a trilhar a jornada. E, por fim, busquei os conhecimentos certos. Fiz faculdade, cursei especialização e fiz cursos que me trouxeram os recursos que eu precisava para romper a bolha do sucesso.
E um dia, cheio de gratidão, depois de passar anos ouvindo os conselhos do meu Mentor ouvi aquele que seria o conselho final: “Léo, você está pronto! Agora vá buscar o seu lugar na selva. Estruture seus negócios, vá para o mercado, o sucesso te espera”. Confesso que senti um grande frio na barriga, mas sabia que tinha a Metanoia pronta. Agora eu estava e frequentava os lugares certos, conhecia as pessoas certas e detinha os conhecimentos certos.
O restante da história você já sabe. Em alguns anos de árduo trabalho e dedicação diária construí a “Lions of the King”.

– Estou mais do que impressionado – respondeu Luquércio com a boca aberta.

– E desde então, todas as semanas, eu volto aqui no parque para contemplar a beleza do lago e relembrar de onde eu vim e para onde nunca mais eu voltarei – comentou Léo -, por isso disse a você que tudo começa com uma boa conexão.

Cheio de esperanças, Luquércio lança a pergunta:
– E você acredita que a Metanoia funcionaria comigo?

– Funcionaria não, funcionará! Posso afirmar categoricamente.

E neste momento a cena se fecha novamente, permitindo a você leitor e a você leitora, se perguntar:

Como está a sua vida hoje? Mais para Luquércio ou mais para Léo?

Você tem procurado pelos lugares certos?

E quem são hoje as pessoas com quem você tem se conectado?
Você considera estar com as amizades certas? Aquelas que vão te levar para outro nível?

E quais são os novos conhecimentos que você tem buscado? Eles te levarão a um outro nível?

Por fim, e não menos importante, o quanto você tem exercitado a sua generosidade? O quanto você tem contribuído para elevar a vida de outras pessoas.

Fica aqui o meu desejo de ótimas festas e um excelente 2024 para todos.

 

Eduardo Levy Cotes
Consultor de Empresas – Administrador – Coaching
Especialista em Marketing – Vendas – Treinamentos – Palestrante
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