Claudilei Simões de Sousa

Mara de Paula Giacomeli

Se ninguém fala…

São Paulo tornou-se uma cidade impossível. A maior cidade do país está parando literalmente. O aumento da frota de veículos circulando na cidade proporciona congestionamentos gigantescos a qualquer hora do dia, não importa mais o dia. Pode ser domingo, feriado ou dia comum de trabalho, não importa, sempre vai ter um congestionamento à frente.

Mas os veículos que circulam e que fazem o progresso da cidade não são os únicos responsáveis pelo estresse que todos têm que suportar no dia a dia. Trânsito por natureza já é estressante, imagine então quando se tem semáforos em amarelo piscante a cada ameaça de chuva, árvores que corroídas por cupins não resistem a um vento, alagamentos, pontes que caem, buracos às centenas no caminho, bueiros sem tampas, má sinalização, enfim, todas as condições adversas a um bom fluxo de trânsito que permita agendar um compromisso e chegar no horário combinado sem encontrar surpresas no trajeto. Mas não é só isso. Guardas de trânsito que se escondem nas esquinas com o único objetivo de multar, radares que brotam como se fossem plantas mágicas que crescem da noite para o dia, ciclovias sem nenhum sentido, pintadas de qualquer jeito a custos estratosféricos onde nem sequer passam bicicletas porque ninguém é louco de se arriscar em um passeio suicida, faixas de ônibus que ao invés de somar espaço simplesmente subtraem uma e às vezes duas faixas destinadas a automóveis.

Dirigir em São Paulo já foi um prazer, hoje é um tormento. O motorista está sujeito a todo tipo de problema nas ruas da cidade, mas o maior de todos é ter um prefeito que “se acha” e “se lixa” para a cidade, para o cidadão e para tudo que não seja a arrecadação para os cofres da prefeitura. São Paulo não combina com a estagnação do progresso. Já foi a cidade que não pára, que não dorme e acorda para trabalhar. Pois é, já foi porque agora é a cidade que pára e tenta trabalhar. É a cidade na qual dirigir é um pesadelo. O cidadão sai para trabalhar e volta com uma multa para casa. Não tem como, qualquer vacilo é multa mesmo. Com as multas vem o pesadelo maior: suspensão do direito de dirigir, cursinho e mais dinheiro para os cofres da prefeitura. E se vacilar outra vez, mais dinheiro…

Além de tudo isso, a pobre rica cidade de São Paulo ainda tem uma lei denominada Cidade Limpa que limpou realmente todos os Outdoors, Busdoors, Taxidoors e tudo o que é “doors”. Apagou as luzes da publicidade e privou o cidadão da comunicação imediata e informação gratuita. Somente é permitida publicidade no mobiliário urbano da cidade, um monopólio que impede o exercício da livre concorrência. A prefeitura de São Paulo não tem capacidade de normatizar a publicidade exterior na cidade e muito menos de, se vier a normatizar, fiscalizar e exigir o cumprimento das regras. Agora que estamos discutindo a viabilidade da publicidade em bancas de jornal, mais uma aberração está vindo à tona. Monopolizar novamente e impedir a livre iniciativa de atuar nas negociações é mais uma vez um tremendo retrocesso. Caso venha a ser aprovada essa nova modalidade de publicidade na cidade, por que impedir que empresas do setor de comunicação visual estabelecidas na capital negociem diretamente com os interessados e produzam as peças de propaganda dentro das normas estabelecidas pela lei? Não cabe a sindicato algum ou à prefeitura determinar que apenas uma empresa se encarregue de atender esse mercado. Existem inúmeras empresas com ampla capacidade para tal. Porque não distribuir os benefícios a todas as empresas especializadas que tenham interesse em atender as bancas de jornal?

Aos sindicatos cabe defender as categorias profissional e empresarial do seu segmento e à prefeitura legislar, fiscalizar e exigir o cumprimento da lei. A prefeitura de São Paulo não pode viver só de multas de trânsito. Precisa sancionar leis que proporcionem empregos, renda, arrecadação de impostos e progresso. Qualquer atitude fora disso gera um conflito de interesses que podem parecer escusos e deixar uma pergunta no ar: a quem interessa???

 

Sinval Lima

Views: 0

Por:

Compartilhe:

EXPEDIENTE

CNPJ: 65.399.586/0001-54
Reg. N. 13-Liv. B2 -28/01/98
R.C.P.J – Cotia/SP
Art. 8 Lei 5.250 (Lei de Imprensa)
INPI – Art.158 PLI-RPI N. 1390-97

Comercial:
Claudilei Simões de Sousa
sousa@oserigrafico.com


Editorial:
Mara de Paula Giacomeli
mara@oserigrafico.com


Administrativo:
administrativo@oserigrafico.com


Diagramação:
Aristides Neto
arte@oserigrafico.com

Anuncie aqui: