No bang bang vale tudo… Vale tocaia, trapaça, duelo, blefe e tiros pra caraca. O mais legal é que o mocinho sempre vence e o bandido descobre que o crime não vale a pena… Tem até bandido que se regenera. São casos raros mas existem. O certo é que nunca há bandido preso que possa dar ordens aos seus comparsas soltos. Uma vez preso, está eliminado o problema. O bandido vira um cachorrinho dócil, enfia o rabo entre as pernas e fica quietinho em sua jaula. E tem a forca também… em praça pública, o maior temor de qualquer bandido. Mas os tempos mudaram muito nos últimos anos. Não somente no velho oeste mas também no sul, norte e leste de um país chamado Terra Brasilis. Por essas bandas, bandido preso tem toda a autoridade para inclusive desafiar o juiz e solicitar a prisão da autoridade da maneira mais descarada. Por essas bandas a lei ficou frouxa. Aliás, a lei está sendo comandada por… bandidos. Como nunca antes nesse país, tem-se a sensação que os bandidos estão vencendo os mocinhos. Como nunca antes nesse país, tem mais bandidos do que mocinhos circulando por aí. Em Terra Brasilis inventaram uma máxima: “bandido bom é bandido morto” e “ lugar de bandido é na cadeia” mas não é bem assim que acontece. Os bandidos estão bem vivos e fora da cadeira. Mas a lei é a lei. Emana da autoridade soberana que submete a quem não segue as regras estabelecidas, sanções baseadas na experiência humana para punir delitos cometidos estabelecendo direitos, a paz e a ordem social. Pois é, mas em Terra Brasilis as leis são propositalmente manipuladas por autoridades fora-da-lei para favorecer os fora-da-lei e mantê-los em plena atividade criminosa impunemente. No bang bang, quando o chefe da gang vai preso, a gang fica desarticulada e incapacitada para cometer novos crimes, mas não em Terra Brasilis. Pelo contrário, em Terra Brasilis o chefe está em cana mas seus comparsas continuam cometendo crimes o tempo todo, sem trégua. Que continue esse bang bang então, porque eu tenho certeza que, apesar da desigualdade numérica, os mocinhos vencerão. Vai faltar cadeia, mas ainda resta o recurso da forca…
Sinval Lima é Diretor da Brisk
sinval@brisk.com.br