Ufa! Estamos chegando ao final de mais um capítulo da novela “O Inferno Astral Brasileiro”, mas não é o último. Eu e a maioria dos brasileiros acreditávamos que roubar seria crime, passível de punição severa e devolução do bem roubado ao legítimo dono. Acreditávamos que a melhor fórmula para enriquecer era muita dedicação ao estudo e ao trabalho aliado a um grau absoluto de honestidade nas palavras e ações. Sempre acreditamos nisso e praticamos isso no nosso dia a dia, dia após dia. É claro que uma nação decente não pode e nem deve aceitar postura diferente de seus cidadãos, mas a decepção tomou conta de todos nós. Justamente aqueles que deveriam punir os ladrões se mostraram tão ladrões quanto os ladrões a quem fingem julgar com o objetivo único de escaparem do julgamento e da condenação aos próprios roubos, e assim sucessivamente, algo semelhante ao modo contínuo. Difícil tolerar a falta de vergonha na cara dessa pequena parte da população brasileira, um grupelho que não representa e nem se identifica com a maioria do povo. Difícil entender a que ponto homens se corrompem de maneira tão vergonhosa como os integrantes desse grupelho que traiu a nossa confiança. Formado por “doutores”, “vossas excelências”, “meritíssimos” e outros títulos que, em tese, deveriam nos respeitar para conquistarem o nosso respeito, esse grupelho simplesmente roubou a dignidade do brasileiro e nos expôs a vexames nunca antes vistos nesse país. Vergonha total. Hoje somos cidadãos de um dos países mais corruptos do mundo. Roubaram nossa dignidade, mas não o orgulho de sermos brasileiros. Roubaram o nosso dinheiro, mas não a nossa esperança. Não roubaram também a nossa força, a nossa vontade de lutar e banir da vida pública esses “respeitosos” cidadãos que formam essa enorme quadrilha, a qual tomou de assalto os cofres públicos. Impossível citar nomes, porque não caberia nesse jornal, mas todos sabemos quem são e o que fizeram. Assim, praticamente perdemos o bonde de 2017, assim como perdemos também o de 2015 e 2016. Contudo, temos pela frente o desafio de fazer de 2018 um ano de normalidade e prosperidade, utilizando as armas que temos em mãos: o voto. Confesso que gostaria de escrever algo mais positivo, de comemorar o ano que ora se encerra com mais otimismo, mas nada impede que possamos comemorar a chegada do ano novo com a maior fé que será um ano bom. Podemos deixar de acreditar nos políticos, mas não na magia do Papai Noel. Que as mensagens de Natal e Ano Novo se transformem em realidade. Esses são os meus votos sinceros a todos os amigos que juntos fazem parte da comunidade da comunicação visual e serigrafia no Brasil.
Sinval Lima é Diretor da Brisk
sinval@brisk.com.br
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