Por: Mara de Paula Giacomeli
Nos anos 90, o uso da termotransferência estava em alta. Muitas imagens, especialmente vindas da Europa e dos Estados Unidos, eram oferecidas com um estilo agressivo e emborrachado, mas com o tempo, essa técnica perdeu credibilidade. O processo era feito por litografia ou serigrafia, com imagens espelhadas em papel tratado ou monolúcido, o que nem sempre resultava em uma transferência completa.
Cada profissional tinha seu próprio método ou base de transferência, mas a poliamida era comum a todos, pois era essencial para fixar a imagem ao tecido ou substrato. A serigrafia foi fundamental em todas as etapas desse processo, desde o desenvolvimento de tintas especiais até a busca por imagens com melhor toque e facilidade de transferência, o que levou fabricantes de papel e tinta a criar produtos específicos para o setor.
Com o avanço da tecnologia, surgiu o DTF (Direct to Film), um sistema moderno e versátil de impressão
por termotransferência que pode ser aplicado em diversos materiais como algodão, poliéster, couro, nylon 600, TNT e jeans. Esse método oferece um toque suave no resultado final, sem comprometer a qualidade. Embora a qualidade tenha melhorado significativamente, o custo ainda é alto em comparação com a produção
serigráfica, o que significa que levará algum tempo para o DTF se tornar competitivo.
Com isso, um segmento que tem ganhado cada vez mais espaço é a sublimação.
Sublimação é um processo físico no qual o conteúdo passa do estado sólido para o gasoso, muito utilizado na estamparia por fornecer diversas facilidades, oferecendo cada vez mais uma ótima oportunidade a pequenos
e grandes empresários.
“A técnica da sublimação tem sido bem aceita e é bastante utilizada pelo fato de ser uma operação simples,
utilizando equipamentos de baixo e médio investimento inicial (dependendo da técnica) e o resultado final
oferece uma enorme qualidade de impressão. Muito recomendado para personalização. Com a evolução dos
tecidos de poliéster, este mercado sublimático invadiu também o mercado da moda”, comenta Guilherme
Ishii, da Gênesis Tintas.
Apesar de ser um processo simples, vários aspectos se destacam para se obter um resultado final satisfatório.
O tecido onde será aplicada a sublimação deve ter pelo menos 50% de sintético em sua trama, pois é
esta característica que permitirá fixar a tinta na fibra do tecido e, quanto mais sintético, mais perfeita e intensa ficará a cor impressa.
É imprescindível, antes de tudo, a fim de assegurar qualidade de impressão mesmo ao utilizar diferentes
dispositivos, analisar o perfil de cor ICC da impressora.
A utilização de uma tinta adequada também se faz necessária, agregando fidelidade de cores e brilho.
Outro insumo que trabalhará em conjunto com a tinta e que garantirá qualificação é o tipo de papel.
Atualmente, na sublimação, são utilizados papéis de diferentes qualidades e custos, a saber: comum, monolúcido e tratado, que se diferenciam pela trama e pelo tratamento que recebem e variam em gramatura
conforme a necessidade do trabalho.
As mudanças estão também nos papéis tratados utilizados na sublimação. Antes eram somente folhas
avulsas, depois veio a impressão em rolos e já temos máquinas industriais com utilização de bobinas jumbo e calandras velozes para darem suporte às impressoras, além de uma gama bastante grande de tintas e tecidos para sublimação.
Existem dois tipos de sublimação:
a direta e a indireta.
Direta é aquela em que a tinta é depositada diretamente no tecido.
Já a in- direta é aquela em que a tinta é depositada em algum substrato, como o papel, por exemplo, e depois
transferida para o tecido.
“O processo de impressão direta ainda é incipiente no Brasil, pois demanda tratamento especial no tecido, exige equipamentos mais caros, é um processo em teoria mais econômico pois elimina o uso do papel, contudo, não é conflitante com o processo de impressão indireta.
Impressão indireta é onde a tinta é depositada sobre o substrato e deste substrato é transferida através do
processo de pressão e calor para o tecido. Esse é o processo mais utilizado mundialmente ainda”, explica Tarcisio Tadeu Darós, diretor da Embalatrento Papéis Ltda.
A sublimação abrange uma vasta área de atuação. É possível viver profissionalmente de produtos produzidos por este processo. O mercado é abundante de equipamentos voltados para o segmento e a cada dia surgem novas opções, cabe ao profissional direcionar seu eixo para um segmento de mercado.
Núbia Regina Pereira, proprietária da Bia Ateliê Criativo, encontrou novos nichos de venda na sublimação além da indústria de brindes.
Ela comenta: “Considero o momento satisfatório, pois oferecer produtos além das famosas canecas personalizadas, como brinquedos sensoriais, brindes corporativos, necessaires e material semipronto para outros profissionais confeccionarem, foi o diferencial para que as vendas fossem proveitosas.”
Agradecimentos:
Embalatrento
www.embalatrento.com.br
Adespan Soluções
www.adespan.com.br
Gênesis Tintas
www.genesistintas.com.br
Global Tecnologia Tintas Digitais
Daspat Personalização
https://daspat.com.br/
Bia Ateliê Criativo
Instagram @biiateliecriativo
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